quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

humanidade vive tempos de apostasia e hipocrisia religiosa...

humanidade vive tempos de apostasia e hipocrisia religiosa...
Jadai Souza

Introdução: Em conversa com um pastor muito famoso e de considerável envergadura na obra batista brasileira, ocorreu-me a seguinte pergunta: Como ser um pastor bem sucedido? E como resposta, ao
contrário do que imaginava, remeteu-me aos ensinos e exemplos bíblicos que falam de líderes e liderança bem sucedidas como que verdadeiros padrões a serem seguidos. Nestas linhas que seguem quero compartilhar algumas noções que tenho aprendido no que diz respeito ao sucesso do
ministro da Palavra. Faremos isto considerando os ensinos contidos em Atos 20.17-27, quando Paulo exorta os pastores de Éfeso, de modo que sejamos capazes de responder à pergunta: Como ser um pastor bem sucedido?

I – Para Que Você Seja Bem Sucedido no Seu Pastorado é Necessário Viver na Condição de Servo.

“Servi ao Senhor com toda a humildade e com lágrimas, sendo severamente provado pelas conspirações dos judeus”(Atos 20.19 NVI).

Por certo o escritor do livro de Atos faz aqui um registro das considerações que o apóstolo Paulo fizera do seu próprio trabalho, de seu próprio ministério. As noções que o versículo 19 nos apresentam
são riquíssimas e muito inspirativas para execução da tarefa pastoral.

Uma primeira lição que podemos aprender através deste texto é que o pastor jamais pode perder de vista que é chamado para ser servo.
Portanto, faz-se necessário que o pastor seja antes de qualquer coisa um servo humilde que se coloque à disposição de Deus e que revele esta submissão numa prática responsável de amor aos crentes, o rebanho ou a igreja que o Senhor tem confiado sob sua responsabilidade, de modo que tenha uma preocupação pessoal com cada uma de suas ovelhas.

O fato de ser um servo exige do obreiro uma justaposição de valores e objetivos de tal forma que em momento algum haja uma mudança e este passe a ser servido. Por certo Paulo realizou um ministério abençoado, pois temos informações, em vários outros textos bíblicos, de que ele não abandonou a sua condição de servo do Senhor e servo da igreja. Não o vemos reclamando para si vantagens e privilégios para exercer o seu ministério. Quedava-se diante do Senhor humildemente e a despeito do
seu excelente preparo intelectual dependia cada vez mais da orientação divina, pois é o mesmo Paulo quem disse: “vivo não mais eu mais Cristo vive em mim”(Gálatas 2.20 a). A orientação que se tem é que o
ministério pastoral está intimamente ligado à humildade que é uma característica básica daquele que se propõe a ser um servo de Deus.

Antes de qualquer outra virtude para ser um pastor bem sucedido é necessário viver na condição de servo. Este é um pré-requisito indispensável que deve permear o ministério de cada obreiro: “servindo
ao Senhor com toda a humildade, e com lágrimas e provações...”
Freqüentemente observo que vários colegas de ministério ao apresentar um pregador lançam mão de um triste recurso, que considero falsa modéstia, e dizem: “O grande servo de Deus, fulano de tal, vai nos
trazer a mensagem nesta oportunidade”. O fato é que esta forma de apresentar e ser apresentado tem efeitos negativos e pode complicar a idéia bíblica acerca da palavra “servo” no contexto do ministério
pastoral.

Quando penso neste paradoxo “grande servo” entristece-se o meu coração e sinto o desejo de mudar a ordem das palavras de modo que denote a idéia “servo do Deus grande”. Da mesma forma quando olho para o Servo Sofredor, Jesus Cristo, que nos deixou um grande exemplo de humildade penso em mim mesmo e em cada colega de ministério que devemos desejar a cada dia que passa servirmos melhor ao grande Deus. Penso em nossas igrejas dedicadas e operosas servas do Senhor. Penso na obra
expandindo, avançando, quebrando barreiras e ultrapassando fronteiras.
Não posso continuar sonhando somente preciso parar e orar. Senhor tem misericórdia de nós quando ousamos dizer que somos seus servos.
Ajuda-nos a viver de modo serviçal!

Queridos colegas de batalha e companheiros de vocação, a Palavra de Deus exige de cada um de nós, uma tomada de posição sincera e segura.
É importante que se faça uma opção de vida a partir dos princípios de servir ou ser servido e peço permissão para usar um adágio popular que diz: “Quem não vive para servir não serve para viver”. Querido irmão, pastor, partindo do pressuposto de sua vocação, quero lembrá-lo que o ministério pastoral é um serviço prestado a Deus e revelado na prática de amor e zelo pela igreja. Quero desafiá-lo a
viver humildemente na dependência fidedigna da vontade de Deus e este desafio se estende a todos os cristãos.

Os seus objetivos hão de estar de acordo com os propósitos divinos. A semelhança de tantos outros servos que dedicam e dedicaram suas vidas à Deus, você também é conclamado a pertencer total e completamente ao Senhor. Revogando assim para si o direito e a aceitação de ser apenas servo e não senhor. Porém, meu amado irmão faz-se necessário ser um servo bom e fiel. E é isto que Deus espera de cada um de nós.

II – Para Que Você Seja Bem Sucedido no Seu Pastorado é Necessário Cumprir a Responsabilidade Proclamadora.

“Vocês sabem que não deixei de pregar-lhes nada que fosse proveitoso, mas ensinei-lhes tudo publicamente e de casa em casa”(Atos 20.20 NVI).

Os versículos 20-23, 25 e 27 são cuidadosos em revelar-nos uma grande característica do ministério abençoado do apóstolo Paulo. Exatamente diz-nos o texto lido que a principal ocupação de Paulo era a pregação e o ensino da Palavra de Deus. O ministério pastoral exercido por Paulo se realizava publicamente nas reuniões e também de casa em casa.
E em momento algum se esquivou de sua responsabilidade proclamadora.
Qual é a sua principal ocupação ministerial? Você tem dado a devida atenção a exposição da Palavra? Está faltando tempo para preparar melhor as mensagens e os sermões? Você anda requentando sermões
antigos? A agenda está muito cheia? Livre-se deste jugo e dê prioridade à pregação. Libere o seu povo para que ele realize a obra do ministério e você seja dedicado ao estudo, oração e proclamação da
Palavra.

Quando lançamos as atenções para o fundo histórico desta passagem observamos que o anúncio do apóstolo Paulo é a mensagem de salvação após a ressurreição. Havia um interesse profundo de Paulo em ensinar qualquer coisa que fosse proveitosa para os seus ouvintes, embora nem sempre fosse bem aceita. Havia no seu coração o desejo de testemunhar, testificar tanto do arrependimento quando da fé em Jesus Cristo.
Percebe-se também que como proclamador das boas-novas sua vida era controlada, guiada pelo Espírito Santo de Deus.

Sua pregação era fiel aos ensinos do Evangelho e sua responsabilidade proclamadora, qual atalaia, havia sido levada a termo. Pois esta responsabilidade espiritual do pastor Paulo de apresentar fielmente a
mensagem que traz vida, lhe produziu uma confiança tão grande que no versículo 27 ele declara que jamais deixou de anunciar todo o conselho de Deus. O vemos como um profeta que, movido pelo Espírito Santo Deus, recebe e transmite a mensagem do Senhor ao povo e especialmente as verdades relacionadas com o Reino de Deus e com a salvação dos homens.

Quando leio o livro de Amós gosto da resposta e do comportamento do profeta em relação ao chamado de Deus. Que segundo Antônio Bonora “é como um grito inarticulado, um rugido que lhe sacode de maneira
irresistível o ânimo”. Pois diz-nos o texto do livro de Amós no capítulo 3 versículo 8: “Um leão rugiu; quem não temerá? O Senhor falou; quem não profetizará?” Aprendemos que Amós proclamou os
desígnios divinos revelando, sem nenhuma condição a seu favor, as verdades que o povo precisava ouvir.

Talvez você esteja perguntando: o que tem a ver Amós com o que estamos analisando até agora? E eu de pronto respondo que a lição que este profeta nos dá é de grande valia. A chamada de Amós, assim como a de Paulo e sua também, envolvia o grande desafio de proclamar a vontade de Deus. E diga-se de passagem profetizar, falar em nome de Deus, anunciar à sua vontade é realmente um grande desafio. No caso de Amós era falar contra o Reino de Israel que crescia. Já o apóstolo Paulo recebeu a incumbência de falar aos gentios. E nós a quem proclamaremos? Somos comissionados a proclamar num templo repleto de
desafios e Deus espera que cumpramos de forma honrosa nossa missão.

A humanidade vive tempos de apostasia e hipocrisia religiosa, tensões sócio-político-econômicas, confusões ameaçadoras, perversões fatais dos valores e significados. De várias partes surge a exigência e a
invocação de uma palavra luminosa e orientadora; existe em muitos o desejo de uma voz que derrote o absurdo e o não sentido aparentemente triunfantes. É para este tempo e para este povo que Deus nos colocou no ministério caro colega. Vá meu irmão! Seja guiado pelo sopro profético do Espírito de Deus. Tenha a Bíblia como instrumento de ação. Fala e não te cales. Profeta testemunhe de Cristo a tempo e
enquanto temos tempo. Não se esquive de sua responsabilidade proclamadora e assim serás abençoado em seu ministério.

III – Para Que Você Seja Bem Sucedido no Seu Pastorado é Necessário Manter-se Fiel no Cumprimento da Vocação.

“Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus”(Atos 20.24 NVI).

O versículo 24 é muito claro em dizer que para Paulo o que era mais importante era cumprir a vocação que recebera de Jesus Cristo. Por certo o ministro que deseja ser bem sucedido necessita estar
consciente de que os conceitos de serviço cristão e responsabilidade proclamadora se completam e projetam uma terceira realidade ou característica indispensável àquele que abraça a vocação ministerial,
a saber, a fidelidade no cumprimento da sua parte na tarefa. Esta fidelidade vocacional determinou tanto a abrangência quanto o alcance dos objetivos propostos por Deus no coração do apóstolo Paulo.

Ele tinha plena convicção de que fora comissionado por Cristo desde o dia de sua conversão. E esta certeza fez com que ele mantivesse os olhos fixo no Senhor de sua vida. Mas este fato não lhe tirou a percepção dos que viviam ao seu redor e dos que estavam distantes e necessitados da graça de Deus. O apóstolo Paulo considerava sua vida como algo consumível e não se sentia incomodado em ser inteiramente
gasto na tentativa de completar a sua carreira, o seu ministério. O seu desejo era terminar o seu percurso com fidelidade e com alegria.
Nesta dimensão de sua missão Paulo deixou um legado aos seus sucessores.

A despeito das perseguições, das oposições, das prisões, e dos sofrimentos mantinha-se fiel no seu propósito de servir ao Senhor e testemunhar do Evangelho da graça de Deus; deixou uma grande lição a
ser considerada e que a história registrou em suas páginas. Pois o chamado ao ministério pastoral envolve fidelidade àquele que chamou e direcionou a vocação. O registro de 2 Timóteo 4.5 nos dá um bom
exemplo do cuidado de Paulo para com a geração futura de pastores:
“Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério

Nenhum comentário:

Postar um comentário

OBRIGADO SUA OPINIÃO E IMPORTANTE