À guisa de introdução, confesso que essas sugestões não são minhas somente. Sou devedor a muitos autores que tenho lido, bem como aos líderes que tenho ouvido em congressos, seminários e workshops. Sou devedor também aos colegas que, em conversa, têm me ensinado. Por isso, é provável que algumas coisas que aqui estão você já tenha ouvido ou lido.
Precisamos inicialmente reconhecer um hiato entre falar de Cristo, conseguir alguma adesão e sua fixação dessas pessoas na igreja. Muitos novos convertidos começam a vida cristã com vontade de crescer, de engajar-se, mas, nem sempre conseguem... e saem. Essa é uma verdade. Entre a vontade deles e não a realização dessa vontade, há algo que se pode fazer intencionalmente. Afirmo isso porque na “Grande Comissão” Jesus colocou todas as atividades de ir, evangelizar, batizar (integrar na comunhão), ensinar a guardar (firmar na fé) como coisas que a sua igreja deveria fazer. Normalmente crentes e igrejas cumprem os primeiros passos, mas para aí, espera-se que o novo convertido se responsabilize pessoalmente por sua integração. Biblicamente, essa parte também é nossa. Há, portanto, algo a ser feito pela igreja.
umaoutra verdade precisa ser afirmada: infelizmente, pessoas deixarão de seguir a Cristo, migrarão para os grupos e igrejas. Agradecerão aos esforços dispêndios e sairão.
Então, visto que Jesus espera que nossa atitude com as pessoas incluam desde a abordagem inicialmente até o completo engajamento delas, ofereço a seguir algumas características que têm se provado eficazes na fixação das pessoas na igreja.
1. Mostre às pessoas o propósito da igreja. Aqui não se trata de uma Igreja Com Propósito (ICP) necessariamente. A idéia é que a igreja “joga limpo” com a pessoa, informando-lhe que a igreja tem expectativas com o novo convertido. Isso se refere a tanto o que a igreja espera da pessoa, que contribuição ela pode dar, como aquilo que o crente pode esperar da igreja (o que a igreja oferece a esse novo convertido).
2. Envolva as pessoas nos cultos da igreja. É bom a igreja aproveitar o “embalo inicial” do novo convertido e ajudá-lo a participar dos cultos da igreja desde o início. Nesse estágio inicial, as pessoas da igreja fazem intencionalmente contatos com ele.
3. Integre intencionalmente as pessoas. A comunhão não acontece no vácuo. Não é fruto do acaso. Pessoas novas convertidas como Saulo, precisam de Barnabés que as ajudem a integrar-se com os outros cristãos. Tão importante como o contato evangelístico fora da igreja, é termos pessoas dentro da igreja com habilidades de integrar novas pessoas ao grupo. Encontrar novos amigos na igreja. Normalmente as pessoas vêm para a igreja por causa de alguém (cerca de 9 em cada pessoas que vêm para a igreja). Infelizmente, a maioria também sai da igreja por causa de alguém.
4. Ajude no crescimento espiritual contínuo. Isso diz respeito ao discipulado. As pessoas chegam com “fome espiritual”, se essa expectativa não se cumpre, há frustração e esfriamento. A igreja poderia melhorar de forma imediata o seu programa de discipulado com vistas a suprir aos desejos do novo convertido.
5. Torne visível a recepção. A pessoa que chega à igreja precisa de um ato visível que lhe assegure que ela faz parte daquele meio. Isso pode ser feito através do batismo.
6. Faça a pessoa participar de um ministério. Esse ponto é controverso, pois algumas igrejas (pastores, por questão de clareza) supõem que serviço na igreja requer alto nível de conhecimento espiritual. A verdade é que alguns trabalhos na igreja podem ser feito com muito pouco conhecimento bíblico e/ou espiritual. As pessoas chegam em uma igreja se perguntando se os seus talentos serão úteis naquele grupo, se as pessoas vão precisar de seus préstimos. Muitos têm confessado que se integraram mais rapidamente, que se sentiram aceitos no grupo por causa do trabalho que foram engajados, que deixaram que fosse feito. Batizaremos um senhor em março deste ano que, mesmo sendo casado com uma evangélica por cerca de 30 anos, ser sogro de pastor, só fez sua decisão ao Senhor por causa de termos dado algumas tarefas para ele fazer na igreja.
7. Ajude a pessoa a descobrir seus dons. Estudiosos têm afirmado que o período ideal para que uma pessoa pudesse descobrir seus dons espirituais deveria ser entre 4 e 9 meses assim que chegar na igreja. A distinção deste ponto com o anterior é que o ponto 6 refere-se à possibilidade de alguém fazer algo até mesmo antes da sua conversão. Este ponto refere-se ao convertido. Só crentes têm dons espirituais. Depois da descoberta dos dons, é responsabilidade da igreja ajudar ao novo convertido ingressar (ou criar) em um ministério da igreja.
8. Integre a pessoa a um Pequeno Grupo. O Grande Grupo (igreja) é ótimo para se experimentar o louvor, a adoração. O Pequeno Grupo é o local ideal para a comunhão. Pessoas precisam de comunhão. O Pequeno Grupo é o antídoto para o isolamento, para a fragmentação e a despersonalização características das grandes igrejas e um remédio para a grande individualização de um mundo pós-moderno. Independentemente do tamanho da igreja, ela deveria criar logo Pequenos Grupos e integrar os crentes nesse contexto.
9. Considere a contribuição financeira como fator importante. Essa é uma das partes que a pessoa se sente incluída. Fazer parte do corpo inclui responsabilidade financeira. Uma pessoa pode até contribuir sem fazer parte, mas não pode fazer parte sem contribuir. Esse ponto também precisa ser intencional e constantemente ensinado.
10. Incentive o novo convertido a ganhar novas pessoas. Quando alguém se converte, pouco ou nada sabe de Jesus, igreja, vida cristã ou Bíblia. Os líderes das igrejas erram em muito ao supor que, o novo convertido precisa de muita Bíblia para ganhar um amigo ou parente. O contrário é o certo. O novo convertido tem mais chances de ganhar uma pessoa para Cristo que aquele que já é veterano. Ao contrário do que se pensa, eis algumas vantagens do novo convertido: ele tem mais amigos não crentes, pensa e entende o pensamento do seu amigo descrente, seu linguajar ainda se parece com o linguajar do amigo descrente, ele ainda não tem muitos preconceitos com os descrentes, ao invés de conhecimento bíblico (o que é bom), ele tem sua experiência pessoal para contar, ele não tem vergonha de testemunhar, está entusiasmado com a fé.
É importante que algumas dessas características estejam presentes na igreja. Quanto mais características o novo convertido tiver em relação ao que está sugerido aqui, maior a possibilidade de o mesmo fincar raízes e permanecer na igreja.
Todo líder gostaria de ver os resultados dos seus esforços durarem. Todo líder quer que o seu edifício dure, que a sua obra de edificação permaneça. Todo líder quer ver o fruto do seu penoso trabalho. Essas sugestões são algumas que tenho aprendido e agora compartilho. Espero que sirva.
Porque os crentes se afastam?
Estima-se que haja outra igreja fora da Igreja. São os chamados desviados. Essa multidão se desviou da igreja alegando que:
a) Não recebeu "nenhuma" visita nem dos irmãos nem do pastor,
b) Foi muito magoado por algum irmão ou pelo pastor,
c) Na congregação não há amor,
d) Há muita hipocrisia no seio da Igreja,
e) Os cultos não agradam mais, são chatos e cansativos,
f) A minha bênção está demorando,
g) A doutrina da denominação é tradicional etc, etc, etc.
Agora, você quer saber mesmo por que as pessoas se afastam da Igreja de Jesus Cristo? Então, prepare-se. Elas realmente se desviaram porque:
1) Não querem ou não sabem perdoar ou pedir perdão.
2) Querem ser servidas pela Igreja. Não querem servir à Igreja. Desejam ser tratados como Madonna pelos seus fãs, como famosos e estrelas dentre os comuns mortais.
3) Cederam às tentações e pecaram. Pecaram feio e, agora, por causa da vergonha e da culpa, não encontram ocasião para retornar para o aprisco do Senhor.) Encheram-se de soberba. Crentes inchados, cheios de si mesmos, querem ser paparicadas e bajuladas. Quando recebem o tratamento que a sua conduta orgulhosa pede, ficam amuados e ressentidos. Por que não são "o centro", saem da Igreja.
5) Foram seduzidas pelos "lobos". Os falsos pastores seduzem as ovelhas tolinhas com promessas de "mais poder", "mais milagres", "mais amor", "mais dinheiro", mais tudo que elas precisarem no momento, para
logo, em seguida, usarem e abusarem delas. Não são pescadores de homens, são pescadores de aquário.
6) Deixaram a fé simplesmente esfriar. Igrejas morrem, crentes também. Seduzidos pelos apelos do "mundo", pela soberba da vida, pelos desejos da carne, muitos irmãozinhos se afastaram da Escola Bíblica Dominical, dos cultos de Estudo da Palavra, das reuniões especiais – isso tudo, depois de pararem de ler a Palavra, de orar, de se humilhar e de buscar a face do Senhor.
É claro que a gente abandona uma congregação cristã também por alguns motivos justos. Mas, o que acontece em muitos casos é brincadeira...
