sexta-feira, 8 de abril de 2011

A praga do antinomianismo

Uma das maiores pragas a grassar o meio evangélico em nossos dias é o antinomianismo. O que vem a ser isso?

Antinomianismo é a negação da importância dos mandamentos divinos para a vida do cristão. É o extremo oposto do legalismo. É o que o apóstolo Judas denominou, na Epístola que leva o seu nome, de “transformar em libertinagem a graça de Deus” (Jd v4). O antinomianismo foi combatido por Jesus (Mt 7.15-27; Jo 14.15; 15.10,14) e pelos apóstolos – além de Judas, já mencionado, Paulo (Rm 3.31; Rm 6; Cl 3), Pedro (2Pe 2), Tiago (Tg 2.14-26) e João, em sua Primeira Epístola, combateram essa heresia. Aliás, João assevera explicitamente que escreveu sua primeira missiva para combater a influência de duas heresias gnósticas de seu tempo, a saber: a negação da divindade de Cristo e a prática do antinomianismo (1Jo 5.13).

Refletindo sobre o evangelicalismo de nossos dias no Ocidente, percebemos, infelizmente, que a influência da mentalidade pós-moderna sobre boa parte dos cristãos de hoje tem levado muitos a confundirem obediência aos mandamentos divinos com legalismo e graça com ausência de normas de conduta. Trata-se de uma torção absurda de significados.

Legalismo é, de forma geral e à luz da Bíblia, a idéia de justificação pelas obras, a fixação imprópria de regras de conduta como necessidades para Salvação e a negligência ou ignorância em relação à graça de Deus. Porém, para alguns cristãos pós-modernos, legalismo não é isso. Legalismo, imaginam, é qualquer tipo de exortação concernente à conduta moral. Por isso, para eles, “é proibido proibir”. Porém, o Novo Testamento está repleto de passagens que condenam contundentemente uma série de comportamentos (Mt 5.28-29; Sl 101.3; 1Jo 2.15-17; 2Tm 2.22; Tt 2.12; Tg 1.14; 1Pe 2.11). E se cristãos pós-modernos costumam generalizar dizendo que “tudo depende da consciência da pessoa”, a Bíblia demonstra que nem tudo é questão de consciência (Gl 5.19-25).


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